Radioterapia durante a gravidez: aspectos físicos relevantes para segurança radiológica do feto

Autores

  • Marco A. R. Fernandes
  • Jessica Pasqueta
  • Isabela S. L. Branco
  • Luiza L. C. Meira
  • Humberto A. S. Morelli

DOI:

https://doi.org/10.29384/rbfm.2013.v7.n2.p71-74

Resumo

O trabalho apresenta os aspectos físicos e de proteção radiológica envolvidos nos procedimentos de radioterapia realizados em pacientes em período de gravidez que contribuam para a segurança e desenvolvimento do feto. Foram analisados estudos de casos clínicos com gravidez confirmada, submetidos à radioterapia. O trabalho também analisou os protocolos de dosimetria específicos para diferentes campos de tratamento considerando a dose absorvida estimada na região fetal, através de medidas experimentais e simulações computacionais apresentadas na literatura. São discutidos os conceitos de radiação de fetos apresentados no Relatório da AAPM TG 36 enfocando a influencia do uso de blindagem apropriada e a distribuição de dose periférica fora do campo de radiação primário. Os estudos não mostram um consenso quanto à dose limiar para exposição fetal, estando os valores variando entre 2 e 25 cGy, dependendo do período gestacional e da posição no interior do abdômen. Conforme preconizado pelos órgãos de proteção radiológica no Brasil, a dose equivalente de radiação no abdômen da mulher grávida ocupacionalmente exposta não deve exceder a 2,0 mSv durante todo o período de gravidez. As medidas mostram que os principais fatores que contribuem para o aumento de dose no feto são: radiação de fuga do cabeçote, espalhamento pelo colimador e dispersão pelo tecido da região irradiada circunvizinha à região do feto. Os resultados das pesquisas e situações clínicas reais ilustradas nos artigos científicos analisados indicam que a radioterapia em pacientes grávidas é exequível, desde que a dose no feto seja inferior aos limiares indicados, o que pode ser atingido mediante o uso de blindagens e configurações de campos de radiação apropriados e corretamente planejados por físicos especialistas que deverão simular previamente ao tratamento. O trabalho pretende contribuir para subsidiar a decisão terapêutica em procedimentos radioterápicos em pacientes grávidas apontando os riscos e benefícios quando da necessidade do tratamento.

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Como Citar

Fernandes, M. A. R., Pasqueta, J., Branco, I. S. L., Meira, L. L. C., & Morelli, H. A. S. (2015). Radioterapia durante a gravidez: aspectos físicos relevantes para segurança radiológica do feto. Revista Brasileira De Física Médica, 7(2), 71–74. https://doi.org/10.29384/rbfm.2013.v7.n2.p71-74

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