Avaliação dosimétrica das incertezas de posicionamento para irradiação cranioespinhal

Autores

  • Jeam Haroldo Oliveira Barbosa Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo, A. C. Camargo Cancer Center http://orcid.org/0000-0001-9719-2667
  • Adriana Aparecida Flosi Serviço de Radioterapia, Hospital das Clínicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.29384/rbfm.2021.v15.19849001530

Palavras-chave:

radioterapia, VMAT, radioterapia 3D, meduloblastoma, neuroeixo erro de posicionamento, campos alongados.

Resumo

Introdução e objetivo: Técnicas modernas de tratamento como técnica VMAT têm sido sugeridas para irradiação cranioespinhal e mostraram melhora na distribuição da dose. No entanto, a avaliação do efeito dosimétrico devido ao erro de posicionamento foi relatada de forma limitada. Este trabalho avaliou a distribuição de doses de volumes de tratamento e órgãos de risco para as técnicas 3D, 3D_M, FF e VMAT com erros de posicionamento simulados ao longo do eixo longitudinal (3, 5 e 10 mm). Materiais e Métodos: Diferentes técnicas de tratamento cranioespinhal (3D, 3D_M, FF e VMAT) foram simuladas em imagens de tomografia computadorizada de um phantom (Radon®) para 36 Gy de dose. O isocentro torácico foi deslocado 3, 5 e 10 mm na direção longitudinal e no sentido cranial. A distribuição da dose foi calculada mantendo as mesmas unidades de monitoras dos planejamentos sem deslocamento. Os valores dosimétricos de PTV e OARs foram comparados entre as técnicas de planejamento sem e com o erro de posicionamento simulado. Resultados: Com a adição do erro de posicionamento, a técnica VMAT destacou-se pelos valores absolutos. Seus valores de D2% não foram maiores que as doses das outras técnicas de planejamento. O mesmo para cobertura de PTV da coluna vertebral para deslocamentos não superiores a 5 mm. Todas as técnicas de tratamento com o isocentro da coluna torácica deslocadas acima de 5 mm apresentaram dose máxima na medula espinhal superior à dose sugerida pela literatura (45 Gy). Conclusão: Os erros de posicionamento afetaram a distribuição da dose nos volumes de tratamento e órgãos de risco para todas as técnicas investigadas neste estudo. VMAT foi a técnica menos comprometida em termos de valores absolutos de dose para deslocamentos não superiores a 5 mm.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jeam Haroldo Oliveira Barbosa, Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo, A. C. Camargo Cancer Center

Possui graduação em Física Médica pela Universidade de São Paulo (2011). Mestrado (2013) e Doutorado (2017) no programa de pós graduação em Física Aplicada a Medicina e Biologia da FFCLRP da Universidade de São Paulo com ênfase em técnicas quantitativas de imagens de Ressonância Magnética Nuclear e Eletrônica. Residência em Física Médica (2017-2019): Radioterapia no Hospital das Clínicas da Faculdade Medicina da Universidade de São Paulo (INRAD e ICESP).Tem experiência na área de Física Médica, com ênfase em Radioterapia e Ressonância Magnética Nuclear e Eletrônica. Destacando que possuí experiência em processamento de técnicas quantitativas de imagens por Ressonância Magnética Nuclear e Eletrônica. O aluno realizou no mestrado estágio sanduíche no laboratório MRI Institute for Biomedical Research (Detroit-EUA) sob supervisão do Prof. E. Mark Haack no ano de 2012 e estágio de doutorado sanduíche no ICube, Université de Strasbourg/CNRS, (Strasbourg-França) sob supervisão do Dr. Paulo Loureiro de Sousa no ano de 2014. Atualmente é integrante da equipe de Físicos do Departamento de Radioterapia do Hospital A. C. CAMARGO (São Paulo). Realiza atividades pesquisa, físico epecialista da Radioterapia e ministra aulas para residentes e tecnólogos.

Referências

Van Dyk J, Jenkin RD, Leung PM, Cunningham JR. Medulloblastoma: treatment technique and radiation dosimetry. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 1977;2(9–10):993–1005.

Kiltie AE, Povall JM, Taylor RE. The need for the moving junction in craniospinal irradiation. Br J Radiol. 2000 Jun;73(870):650–4.

South M, Chiu JK, Teh BS, Bloch C, Schroeder TM, Paulino AC. Supine craniospinal irradiation using intrafractional junction shifts and field-in-field dose shaping: early experience at Methodist Hospital. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2008 Jun 1;71(2):477–83.

Fogliata A, Bergström S, Cafaro I, Clivio A, Cozzi L, Dipasquale G, et al. Cranio-spinal irradiation with volumetric modulated arc therapy: a multi-institutional treatment experience. Radiother Oncol. 2011 Apr;99(1):79–85.

Hadley A, Ding GX. A single-gradient junction technique to replace multiple-junction shifts for craniospinal irradiation treatment. Med Dosim. 2014;39(4):314–9.

Lee YK, Brooks CJ, Bedford JL, Warrington AP, Saran FH. Development and evaluation of multiple isocentric volumetric modulated arc therapy technique for craniospinal axis radiotherapy planning. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2012 Feb 1;82(2):1006–12.

Myers PA, Mavroidis P, Papanikolaou N, Stathakis S. Comparing conformal, arc radiotherapy and helical tomotherapy in craniospinal irradiation planning. J Appl Clin Med Phys. 2014 Sep 8;15(5):4724.

Pai Panandiker A, Ning H, Likhacheva A, Ullman K, Arora B, Ondos J, et al. Craniospinal irradiation with spinal IMRT to improve target homogeneity. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2007 Aug 1;68(5):1402–9.

Parker W, Filion E, Roberge D, Freeman CR. Intensity-modulated radiotherapy for craniospinal irradiation: target volume considerations, dose constraints, and competing risks. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2007 Sep 1;69(1):251–7.

Seppälä J, Kulmala J, Lindholm P, Minn H. A method to improve target dose homogeneity of craniospinal irradiation using dynamic split field IMRT. Radiother Oncol. 2010 Aug;96(2):209–15.

Seravalli E, Bosman M, Lassen-Ramshad Y, Vestergaard A, Oldenburger F, Visser J, et al. Dosimetric comparison of five different techniques for craniospinal irradiation across 15 European centers: analysis on behalf of the SIOP-E-BTG (radiotherapy working group). Acta Oncol [Internet]. 2018 Sep;57(9):1240–9. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29698060

Schreiner LJ. On the quality assurance and verification of modern radiation therapy treatment. J Med Phys. 2011 Oct;36(4):189–91.

Sarkar B, Munshi A, Manikandan A, Roy S, Ganesh T, Mohanti BK, et al. A low gradient junction technique of craniospinal irradiation using volumetric-modulated arc therapy and its advantages over the conventional therapy conformationnelle tridimensionnelle classique. Cancer/Radiotherapie. 2018;22(1):62–72.

Downloads

Publicado

2021-07-13

Como Citar

Barbosa, J. H. O., & Flosi, A. A. (2021). Avaliação dosimétrica das incertezas de posicionamento para irradiação cranioespinhal. Revista Brasileira De Física Médica, 15, 530. https://doi.org/10.29384/rbfm.2021.v15.19849001530

Edição

Seção

Artigo Original

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)