Bunkers de ontem, tecnologias de hoje: como explorar a carga de trabalho modulada sem reformar?
DOI:
https://doi.org/10.29384/rbfm.2025.v19.19849001850Palavras-chave:
Radioterapia, carga de trabalho, blindagem, medições radiométricas, otimização de recursosResumo
A incorporação de técnicas moduladas na radioterapia trouxe desafios para a adequação das blindagens dos bunkers, historicamente projetados para cargas de trabalho convencionais. Reformas estruturais são frequentemente inviáveis, e as metodologias tradicionais de reavaliação, como as do NCRP 151, apresentam limitações práticas para instalações em operação. Este trabalho propõe um modelo analítico baseado em medições reais de taxa de dose e em uma abordagem inversa, visando estimar de forma rápida e segura a carga máxima admissível em bunkers existentes, respeitando os limites regulamentares da CNEN. Cinco instituições brasileiras foram avaliadas, considerando perfis clínicos reais e características físicas das instalações. Os resultados demonstraram que a maioria dos serviços pode aumentar a fração de técnicas moduladas para 100% sem a necessidade de reformas. Em adição, superfícies teóricas de resposta validaram a robustez matemática e operacional do modelo. Em comparação com abordagens recentes da literatura, o método proposto se destaca pela simplicidade, rapidez de aplicação e aderência à realidade construtiva dos bunkers. Este trabalho oferece uma solução prática para otimizar a capacidade assistencial e expandir o uso de técnicas avançadas em radioterapia, sem comprometer a proteção radiológica, representando um avanço estratégico para a gestão de serviços oncológicos.
Downloads
Referências
1. Teoh M, Clark CH, Wood K, Whitaker S, Nisbet A. Volumetric modulated arc therapy: a review of current literature and clinical use in practice. Br J Radiol. 2011;84:967-96.
2. Muirhead R, Drinkwater K, O’Cathail SM, Adams R, Glynne-Jones R, Harrison M, et al. Initial results from the Royal College of Radiologists' UK National Audit of Anal Cancer Radiotherapy 2015. Clin Oncol (R Coll Radiol). 2017;29(3):188-95.
3. National Council on Radiation Protection and Measurements. NCRP Report No. 151: Structural shielding design and evaluation for megavoltage X- and gamma-ray radiotherapy facilities. Bethesda: NCRP; 2005.
4. Tauhata L, Salati IPA, Di Prinzio R, Di Prinzio MARR. Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos - 9ª revisão. Rio de Janeiro: IRD/CNEN.; 2013.
5. McGinley PH. Shielding techniques for radiation oncology facilities. 3rd ed. Madison: Medical Physics Publishing; 1998.
6. Price RA, Chibani O, Ma CM. Shielding evaluation for IMRT implementation in an existing accelerator vault. J Appl Clin Med Phys. 2003;4(3):243-52.
7. Comissão Nacional de Energia Nuclear (BR). Norma CNEN NN 3.01: Requisitos básicos de radioproteção e segurança radiológica de fontes de radiação. Resolução CNEN nº 323/24. Diário Oficial da União, 18 abr. 2024.
8. Kildea J. An evaluation of NCRP Report 151 radiation shielding design for radiotherapy facilities, and a feasibility study for 6 MV open-door treatments in an existing high-energy radiation therapy bunker [thesis]. Montréal (CA): McGill University; 2010.
9. Silva DCSA. Métodos de cálculo de blindagem considerando IMRT e VMAT para radioterapia moderna [dissertação]. Ribeirão Preto (SP): Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto; 2023.
10. Nelson WR, LaRiviere PD. Primary and leakage radiation calculations at 6, 10 and 25 MeV. Health Phys. 1984;47(6):811-8.
11. Choi DH, Kim DW, Ahn SH, Park SY, Kang JW. Shielding evaluator actual treatment leaf: a program for automatic shielding assessment using patient data. Radiat Phys Chem. 2022;201:110410.
12. Reis Junior JP, Alves VGL, Fairbanks LR. Total workload for radiotherapy facilities with volumetric modulated arc treatment. Braz J Radiat Sci. 2019;7(3):1-13.
13. Santini ES, de Oliveira RV, Couto N, Salata C, Leal PAP, Teixeira FCS, et al. On methods for radiometric surveying in radiotherapy bunkers. Biomed Phys Eng Express. 2024;10:035001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Andre Gonçalves Prospero, Lucas Radicchi, Leandro Baptista, Beatriz Tomazzi, Herminiane Vasconcelos, Cristina Giolo, Flávio da Silva Guimarães, Thales Hilario Hungaro, Amanda Meletti, Fernanda Belletti, Taís Peron, José Carlos da Cruz

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de artigos originais para a Revista Brasileira de Física Médica implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
A Revista Brasileira de Física Médica está sob a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International (CC BY-NC-ND 4.0).


